Guilherme Berenguer, foi há mais de um ano o grande ator da Globo que mais recebeu cartas de seus fãs. Ele também era contratado para dançar em festas de 15 anos, debutantes, para aparecer em boates e em campanhas publicitárias. Pois é, hoje todo mundo acha o Guilherme o máximo, né?! Mas nem sempre as coisas foram assim. Nos tempos de colégio, o ator era gordinho e vítima da zoação dos "amigos" da classe. "Me xingavam de Orca, Baleia assassina, Bujão de gás...".
Claro que vez ou outra o ator se chateava, sentia raiva e até chorava por causa dos apelidos. "Mas o bullying nunca foi um problema para mim. Nunca deixei afetar minha auto-estima, sempre soube que eu era muito mais do que um gordinho. Me achava um cara legal e tinha certeza de que um monte de gente me amava." dizia Guilherme.
Para Guilherme, a principal arma contra o bullying foi a família dele. "Minha mãe sempre me amou muito e sempre mostrou isso. Quando você se sente amado, não se deixa atingir por essas pessoas que querem te ofender", diz o ator. Sempre que se sentia mal com os xingamentos, chegava em casa e desabafava com a mãe. Ela sempre repetia: "É só você não ligar, Guilherme. Quanto mais ligar, mais eles vão te chatear. Você concorda que você é o que eles dizem? Não!".
Claro que algumas vezes nem sempre o ator mantinha a calma. "Mas sempre que eu estourava era por raiva, por achar que aquilo que eles estavam fazendo era uma injustiça comigo", lembra Guilherme. Foram raras as vezes que os xingamentos terminaram em briga física.
"Não dava certo sair no braço, mas eu perdia a paciência." Ele quase nunca chorava - quando chorava, também era de raiva. "Nunca foi de tristeza, o bullying não me deprimia. Em momento algum deixei de me sentir feliz, de fazer amizades ou de me integrar por causa disso."
A lembrança mais forte que Guilherme tem dos tempos em que era zoado no colégio é a do dia em que quis fugir, no meio de uma aula. "Fiquei tão perturbado com o aluguel da turma que simplesmente saí correndo da sala, em direção à portaria. Queria sair dali, fugir para bem longe. Como o portão estava fechado, tentei pular o muro, que tinha uns 3 metros. Tiveram que me pegar à força para me acalmar."
Outra lição tirada dos tempos das gozações: Guilherme nunca xingou ninguém. "Claro que brincava, tirava sarro de um monte de coisas. Mas nunca dos pontos fracos das pessoas, nunca para agredir, magoar", "Tinha sentido na pele, então sabia que fazer isso seria uma injustiça."
Não responda na hora que te provocarem. "Ganha uma proporção perigosa", diz o ator. "Se algo ofendeu você, desabafe com uma amiga ou com seus pais. Ou procure uma autoridade do colégio."
Não se deprima. "Saiba que você é feliz, tem tudo para ser feliz. Basta correr atrás e acreditar nisso."
Se mexa. "Se ouvir uma gozação que te incomodou, faça algo para mudar aquilo... Use a gozação como motivação para mudar o que você não gosta em você."
Pense nas pessoas que gostam de você. "As pessoas que implicam com você não podem ter um peso maior na sua vida do que aquelas que acham você o máximo."
O personagem foi tão forte que, durante todo esse tempo, Guilherme foi o campeão de cartas da Globo. "Estou bem, nem chorei. Mas vou sentir muita saudade. Aprendi tudo o que sei de tevê aqui."
A decisão de tirar o Guilherme da novela foi do diretor Ricardo Waddington. "É o caminho natural dos atores de Malhação. Depois de um tempo eles saem para as novelas. O Guilherme tinha tudo a ver com o Neon, então o chamei para Bang Bang", dizia Waddington.
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